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Demanda por imóveis de um quarto deve continuar aquecida em Minas Gerais
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07 Abr 2025 por Netimóveis
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O Diário do Comércio publicou uma matéria sobre a valorização dos apartamentos de um quarto no mercado imobiliário, com dados nacionais e uma análise local feita por especialistas. Entre os entrevistados, está Nathália Luiza de Oliveira Marândola, diretora da Sonho Real Prime Netimóveis BH, que compartilha insights valiosos sobre as novas demandas do público mineiro e o comportamento dos investidores frente a essa tendência.
"Em Minas Gerais existe a perspectiva que em 2025 este segmento será ainda mais demandado
Os imóveis de um quarto registraram a maior valorização do mercado imobiliário brasileiro nos últimos 12 meses, com um aumento de 9,44%, superando imóveis de dois dormitórios (+7,79%) e de três dormitórios (+8,25%). E em Minas Gerais, o cenário acompanha o restante do País, com perspectiva que em 2025 este segmento será ainda mais aquecido.
Nos últimos 12 meses, o preço médio do metro quadrado (m²) para esse tipo de unidade no País atingiu R$ 10.954, acima da média geral de R$ 9.130/m², segundo apontou o mais recente levantamento do Índice FipeZAP. No segmento de locação, o crescimento foi ainda mais expressivo, com um aumento acumulado de 14,36% no período.
Essa tendência reflete a mudança no perfil dos moradores, já que o número de pessoas vivendo sozinhas no Brasil ultrapassa 13,7 milhões, crescimento significativo em relação à década anterior ao saltar de 12,2% para 18,9% da população.
Segundo o diretor da Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato de Habitação (CMI/Secovi-MG), Leonardo Matos, a expectativa é que, para o segmento de imóveis com um quarto, o resultado para 2025 será ainda melhor que o do ano anterior em Minas Gerais.
“Eu acredito que é um setor que vai aumentar bem a quantidade de vendas, pois é uma tendência. O valor absoluto que um adquirente precisa investir é baixo comparado a outros tipos de apartamentos. Além disso, existe uma facilidade muito grande para aquisição, principalmente, quando a compra é feita com o imóvel ainda em construção, pois muitas vezes é necessário pagar apenas 30% do valor durante a obra, deixando 70% para ser financiado posteriormente”, destaca.
Outro fator apontado pelo diretor para o crescimento da demanda por este tipo de imóvel é que ele se enquadra em uma faixa de financiamento com juros mais acessíveis, principalmente da Caixa Econômica Federal, dependendo do valor total.
“Os imóveis de um quarto, geralmente, são construídos em pontos muito bem localizados. Então, se tornam uma opção para quem quer comprar um apartamento e morar muito bem ou, muitas das vezes, investir e colocar a unidade para locação, visando obter uma renda”, explica.
O cenário também é confirmado pela diretora da Sonho Real Prime Netimóveis, Nathália Luiza de Oliveira Marândola, que explica se tratar de uma mudança no padrão de vida das pessoas.
“Principalmente depois da pandemia temos observado mais busca por praticidade. Os jovens têm buscado sair da casa dos pais, morar sozinhos e, por isso, temos visto uma valorização dos imóveis de um quarto. Ela é real e os investidores ficam muito atentos a este mercado”, comenta.
De acordo com Nathália Marândola, a busca por imóveis de um quarto em Minas, para locação ou como forma de investimento, tem crescido em torno de 30% a 40% nos últimos meses. Ela ressalta que as pessoas querem alugar esses imóveis de um quarto principalmente por se tratarem de contratos rápidos.
“Com esta demanda em alta, os investidores compram imóveis de um quarto por causa da grande volatilidade da locação e pela a valorização do aluguel. Uma coisa vai puxando a outra, temos observado bastante procura, principalmente, quando o condomínio tem uma estrutura com academia, piscina e espaços onde as pessoas podem confraternizar. Elas querem a individualidade de um quarto, mas também querem confraternizar com praticidade”, explica.
Para a diretora, diante do cenário econômico do Brasil, o mercado imobiliário agora ‘vai andar de lado'. “É possível que não tenhamos um aumento maior dessa valorização dos imóveis de um quarto, mesmo que a demanda aumente mais. Com essa mudança cultural as pessoas estão tendo cada vez menos filhos ou nenhum, o que fomenta a busca por esses apartamentos menores, que têm baixo custo de manutenção”, projeta.
Para o vice-presidente do Grupo EPO, Guilherme Santos, a tendência observada em Minas Gerais se repete em quase todas as capitais do Brasil. “Realmente, os últimos empreendimentos de alto padrão, com um quarto, venderam muito bem. Porque foram empreendimentos que estavam bem posicionados e são imóveis que, apesar de um metro quadrado mais alto, o apartamento é menor. Então, no final das contas, preço total é mais baixo”, afirma.
Segundo Santos, isso influencia na velocidade de venda desse tipo de unidade habitacional. “É um imóvel que quem compra como investidor tem maior facilidade de colocar para locação. A procura para locação de apartamentos de um e dois quartos é maior do que de três e quatro quartos. Até a conta financeira para o investidor, é melhor. Isso justifica esse sucesso dos apartamentos de um quarto”, explica.
Na avaliação do vice-presidente, para um jovem é mais difícil comprar um apartamento maior do que o de um quarto. “Ainda assim, com a ajuda da família, as pessoas têm saído de casa cada vez mais cedo e isso também impacta nessa demanda desses apartamentos mais compactos. Outro fator é a redução no tamanho das famílias, mas se já for um casal, um apartamento de um quarto, não atende tanto. Esse tipo de imóvel, na verdade, é um lar temporário até a pessoa construir uma família ou ter uma condição financeira melhor para pular para um imóvel maior”, reforça o executivo."
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